terça-feira, 31 de agosto de 2010

Uma dia vou comprar um lápis de carvão e começo a desenhar

terça-feira, 20 de julho de 2010

Instant Street

Este fui eu que filmei 
mas ba...este aqui está bem melhor :)



segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Era uma vez...

uma folha no cimo de uma árvore...
Bem no cimo, no topo ela acabara de nascer, como o primeiro raio de sol que diz adeus às estrelas, foi o primeiro desenvergonhado espreguiçar da folha que acabara de aparecer no cimo da árvore...foi o primeiro olá, o primeiro ofuscar de olhos perante os fortes raios de sol, quentes, que lhes dão as boas vindas a um mundo novo... o primeiro inspiro, forte que lhe enche os pulmões...

Sentia-se viva, contente, alegre, completa por tudo o que a rodeava... pelo cheiro a uma brisa fresca, quente, húmida, seca.... não importava desde que tivesse o mesmo cheiro intenso a verde, a vida como aquele tinha... desde que a fizesse sentir com vontade de sorrir....

Num dia de tempestade... Bruta, cruel, que soprava sem parar como o lobo dos 3 porquinhos que com a ganância e fome queria tudo destruir... a folha que se agarrava com dentes e garras ao fino ramo da árvore, que com a força toda quase que não abria os olhos, viu, num momento de alivio e curiosidade, os seus iguais a voarem puxados e arrancados pelo terrível e desumano vento... completamente perdidos de si, incontrolados, às voltas e reviravoltas aleatoriamente num remoinho sem fim, eles desapareceram, gritando algo que ninguém conseguia dizer se era descontento ou alegria porque o vento era forte e gritava bem alto....

No dia seguinte a folha, enquanto descansava os seus braços, pensava o quanto seria bom voar, ter a sensação de liberdade presa nas suas mãos, poder andar as voltas e reviravoltas, abrir os braços livremente para sentir novamente o frio na cara, a fantasia do universo no olhos que choram por causa do vento, gritando sabe-se lá porquê.... uma sensação de êxtase, sublime, simples e calma que parece complicada, complexa... ter a sensação de tudo acabar e parecer que está a começar... a sentir a mudança, como se fosse um manto de tinta a cair, sem poder voltar atrás, com cores diferentes, efémeras, que no fim mantêm-se iguais.... Como seria bom ver a vida a passar pelos olhos, sentida durante o tempo que muito ou pouco caminha sempre com o mesmo passo....

Até que um dia... acordou, sobressaltada por barulhos horríveis e cheiros estranhos de fumo negro que faziam doer os seus olhos.... Do nada sentiu-se a baloiçar, andar para a frente e para trás, para um lado e para outro.. para um lado e para outro... para um lado...até que depois não foi para o outro.. a árvore caiu no chão com um corte fundo no calcanhar que lhe partida o osso... caiu...
E a folha com toda a sua força a tentar-se desprender, fugir, tentar livrar-se daquele destino que não incluía a sensação de voar... tentar que a pequena brisa a levasse dali para fora... Mas...os seus braços não eram tão fortes como pensava, a sua persistência na árvore na outra noite de tempestade não foi devia à sua força mas sim à sua juventude... ainda um criança, com fortes raízes à mãe que não a quis largar...

E lá foi ela, com lágrimas de seda, por estrada fora, presa, pensando que era o fim sem que o inicio tivesse chegado... até que entra num edifício, feio e medonho... depois de voltas e revoltas adormece, presa num cheiro hipnotizante que parece que não a deixa respirar.



No escuro acorda.... Desorientada, desnorteada, perdida de si mesmo...
Sente-se presa, numa camisa de forças, não se consegue mexer... sufocante, como uma estátua se sente... perdida, começa a desesperar... chora por não saber o que aconteceu consigo... não sabe onde está, como está e o que lhe vai acontecer.... chora....

Até que... a certa altura sente-se livre.... sente o frio nas suas costas, estranhamente maiores e os braços surpreendentemente presos, ouve novamente os gritos do vento, que furiosamente a levam para o cimo, às voltas e reviravoltas, como uma dança, uma valsa que suavemente não acaba.... no ar deixa-se estar, sentido a brisa parada e os olhos abertos para o mundo... deixa-se estar...

De repente lembra-se que estará na altura de ver... de sentir a sua cor mudar... então descansadamente, olha para si mesmo e....

distraidamente apercebe-se que está branca... tão branca que reflecte o sol que ofusca os seus olhos....

Sem perceber o porquê pergunta-se porque está a voar d
urante tanto tempo....





sábado, 29 de novembro de 2008

Relâmpago

Raios no céu como veias que se espalham pelo corpo inteiro... Ramificações atrás de ramificações, ligações aleatórias, sem serem pensadas, sem nunca conseguirem ser previstas, rasgam o céu azul negro de uma noite escura, de uma noite de chuva com nuvens escuras, com nuvens negras como pupilas abertas para o horizonte que atentamente observam os raios, destemidos, velozes, como rios de luz que percorrem o céu imitando a água destemida na terra.

São com fibras de luz que iluminam o céu, mostram o relevo das nuvens, as suas formas para as quem quiser descobrir no aconchego do calor, com a música da chuva que fortemente caí dos telhados, deitando-se no chão descansando de uma viagem tão comprida pelos céus que acabaram de ser acesos....

Rápidos, velozes, quentes e fortes, são como um flash de uma fotografia acabada de tirar... Encandeiam os olhos que quem observa, perto os destemidos boquiabertos, com um sorriso na cara e o brilho nos olhos, as faces frias pelo vento e o cabelo molhado pela chuva que cai insansemente, longe os medrosos, com arrepios na espinha o receio na cara, as faces amedrontadas com o corpo encolhido, enroscado que estremece quando ouve o forte rugido longe como se tivesse perto, tão forte que abafa o barulho constante da chuva que caí.... Rugidos que anunciam a chegada de um novo raio, de um novo rio... de um novo susto ou se calhar um sorriso escondido que só os olhos deixam transparecer...

Os caminhos são momentaneamente iluminados, do nada nasce a incerteza, pois porque a certeza é que a seguir à luz vem a escuridão... continua o frio...o vento forte, que sopra e sopra, assobia constantemente chamando as folhas para o seguirem como quem assobia a um cão para o chamar....

Vento que entre cada flash arrasta as nuvens, move-as, modifica-as... cada imagens tem formas diferentes, variam a cada instante, fazem com que o pensamento flua rapidamente a tentar encontrar alguma semelhança que seja, fazem com que o sorriso escondido não desapareça, fazem com que a imaginação voe em busca do momentâneo desconhecido, em busca da resposta que milésimas de segundo depois será impossível de alcançar....

Ouvir a chuva... cair... um trovão ao longe.... um relâmpago logo a seguir....

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Uma janela


Uma janela para o mundo, portas entreabertas à espera de uma mão que acabe de as abrir.... O movimento de abrir os braços para receber um abraço, uma boa vinda, para dar um carinho....

Uma janela que por detrás mostra um quadro, cheio de cor, de vida... pintado com tinta empastada, dura, quase como pedra, verde do campo que tão natural que parece... o cinzento da parede, pedras velhas pelo tempo ainda erguidas... resguardam o que é delas, como se uma história contassem....

Guardam um quadro, envolvido em madeira.. Uma vista... um olhar para o infinito, como um descanso para pensar sentido o vento do outro lado na cara, o cabelo a esvoaçar.... a tinta ainda fresca com a brisa de Outono que sopra todos os dias....

Um quadro, com cores em tons de cinzento onde todos os dias nasce uma folha verde, uma flor de diferente cor....

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Uma folha no chão de mil e uma cores

Uma música esquecida que do nada se ouve novamente
O por-do-sol escondido atrás do monte
Um sorriso timidamente escondido na cara
O sol quente na cara numa manhã fresca de primavera
Um olhar distraído para o nada
Andar de baloiço
O ar de foto antiga no fim de tarde
A Lua a sair do horizonte
O som das folhas a voarem no Outono
Sussurrar palavras ao ouvido de alguém
O primeiro beijo
Dar cambalhotas na areia sem parar
O sorriso de criança de cada um
Ficar boquiaberto ao ver uma estrela cadente
O por-do-sol na praia com pingos de água salgada a caírem na cara
Chuva a cair dos beirados das casas
O toque de uma pessoa especial
A despedida sabendo que o 'Olá' está para breve
O quarto crescente da Lua como um baloiço de criança
Um sorriso de contentamento
Uma careta com a língua de fora
Um olhar distraido....


A nostalgia de um momento e o sorriso que ela provoca


Fechar os olhos... sorrir livremente... inspirar profundamente enquanto a cabeça caí para trás...deixar sentir... sorrir ainda mais

A magia das pequenas coisas...

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